Já dizia o poeta Guimarães Rosa: “Viver é um rasgar-se e remendar-se”.
Uma das linhas mais novas da psicologia trabalha com a lógica de que a vida vale a pena ser vivida “apesar de...” dor, sofrimento, violência...
Existe uma técnica muito legal que tem o nome de “aceitação radical”, que envolve encarar de frete situações difíceis que estão acontecendo em nossas vidas. A ideia por trás da teoria é que negar ou não aceitar a realidade, não a altera os fatos.
Aceitar não quer dizer concordar ou aprovar. Porém, por mais dor que possa trazer, precisamos aceitar que alguém morreu ou está doente, que um relacionamento chegou ao fim ou que seu filho tem apresentado comportamentos inadequados.
Para que não gere confusão, não quero dizer que você precisa amar alguém que te magoou, mas precisará aceitar que foi ferido se quiser superar o que aconteceu e agir diferente de agora em diante.
É preciso, por exemplo, aceitar que o seu filho não é da forma que você idealizou, se quiser de fato ajudá-lo a mudar hábitos prejudiciais.
A partir da aceitação da realidade que a mudança é possível: “a vida que vale a pena ser vivida”.
Viver é como um mosaico: ela é feita com pedaços que a realidade fez de nós, porque viver é pagar o preço!
É se decepcionar, principalmente quando investimos tempo, dinheiro, amor, energia... Mas também é remendar-se, quando percebemos que somos capazes de seguir em frente, nem que seja só mais um passo.
É seguir adiante “apesar de...”. Faz sentido?
Costumo dizer aos meus pacientes que viver é um interminável “apesar de...”. Às vezes a vida é difícil, é chata, tediosa, injusta, pesarosa... Mas ela vale apena ser vivida apesar de tudo isso!
Ficar triste, deprimido, ansioso ou estressado é parte do processo. Viver é um rasgar-se, remendar-se e na maioria das vezes, REINVENTAR-SE.
A vida se faz caminhando e cometendo erros. Estamos aqui e somos quem somos “apesar de...”, “independente de...” e principalmente: por causa de todos os rasgar-se e remendar-se.
Vai até parecer frase de biscoito da sorte, mas é muito mais sobre o que fazemos com o que nos foi feito, do que sobre evitar o quer que seja.
E então...
- O QUE VOCÊ TEM FEITO COM SEUS "RASGOS"? O QUE TEM FEITO COM O QUE FIZERAM DE VOCÊ? 
