Vamos iniciar a postagem de hoje com um clichê daqueles bem grandes? Não adianta se alimentar bem, fazer exercícios, dormir 8 horas por dia e blábláblá... Se sua saúde mental estiver negligenciada!
Nós sabemos (ou deveríamos saber) que nossas emoções modulam alguns dos nossos comportamentos, não é? Por exemplos: se eu estou com raiva, grito; se estou triste, choro (sendo bem simplista, tá?) e isso também acontece com o ato de comer.
Quem nunca comeu por que estava cansada, triste, ansiosa... Não é mesmo?
Uma verdade inquestionável é que sentimos prazer no comportamento de comer e isso não é um problema. Aliás, isso é importante para nossa sobrevivência!
Essa questão começa a ficar um pouquinho mais complicada com a chegada dos alimentos ultra processados, hiperpalatáveis (hiper saborosos) e hipercalóricos. A indústria alimentícia lança produtos para intensificar a sensação de prazer e necessidade desses alimentos.
Sem querer taxar vilões e mocinhos, vamos pensar na nossa responsabilidade pela forma como lidamos com nossas emoções?
Sem entrar em muitos detalhes agora, nós podemos definir emoções como “interpretação das nossas reações fisiológicas”. Então, me responda: como você interpreta os sinais enviado pelo seu corpo?
Você sabe, por exemplo, quando está com fome de verdade ou só está com vontade de comer? Entende que um formigamento no seu braço é indicativo de uma crise de ansiedade ou que a dor nas suas costas é por conta do estresse?
A verdade é que ao logo do nosso dia, podemos experimentar várias vezes a sensação de “ausência”, “falta” ou outros incômodos que nos faz buscar por satisfação e muitas vezes, vamos procurar isso na comida. Tentamos preencher um vazio (que não é fome) com alimentos que geram prazer.
Quando conseguimos perceber de um jeito mais consciente essas necessidades, fica mais fácil identificar qual parte da nossa vida precisa de fato ser “nutrida” e temos a possibilidade de sermos mais assertivos.
Como assim? Bom... Se eu estou cansada, preciso descansar e não comer. Vamos ser sinceras? Um banho morno, com uma música calma em uma meia luz é muito mais relaxante do que uma pizza, né?
Nada contra pizza! Aliás, eu adoro... Mas aqui nós estamos falando de FUNÇÃO. Comer uma caixa de chocolate não faz o seu chefe ser menos chato e abusivo.
Saber lidar com essas situações é muito importante para ter uma relação melhor com a comida e conseguir emagrecer, mas eu quero que você entenda que comer por questões emocionais é UM HÁBITO e por isso, mudar esse padrão pode ser bem difícil.
Não ache que vai ser de um dia para o outro. Apenas comece, mantenha e evolua 😉.
Vamos para as dicas mais práticas?
O que fazer para lidar com a fome emocional e ter uma relação menos problemática com a comida? Siga o passo-a-passo:
1) RECONHEÇA SEUS PADRÕES: o primeiro passo que você precisa dar é reconhecer que existe um padrão. Você tem alguma emoção incômoda que só é aliviada quando você come? Quais são as emoções por trás do seu comer disfuncional?
2) DÊ NOME AS SUAS EMOÇÕES: o segundo passo é nomear o que você sente. Qual o nome da sua emoção? É tédio, tristeza, solidão, raiva, inveja? Pode parecer bobo, mas nomear o que você está sentindo ajuda a lidar com a emoção.
3) TENHA UMA CAIXA DE FERRAMENTAS: o terceiro passo é entender que sim, comer é uma ferramenta para lidar com emoções desconfortáveis, mas NÃO É A ÚNICA. Você até pode usar a comida para responder a uma emoção, mas se essa é sua única ferramenta, é como se você usasse um martelo para todo tipo de conserto. Não dá, né?
Vamos crescer nossa caixa de ferramentas?
Pegue um papel e anote o que você pode fazer quando sentir uma das emoções desconfortáveis que você nomeou.
Por exemplo:Quando eu ficar triste, vou caminhar e ouvir música.Quando eu ficar estressada, vou fazer um exercício de respiração e cantar.Quando eu estiver muito cansada, vou tomar banho e assistir um seriado.
4) APRENDA E RELEMBRE: o quarto passo é aprender e se lembrar que nenhuma emoção desconfortável dura para sempre. Mesmo que você não faça nada, elas vão passar! A sua fome emocional vai passar e você vai se sentir melhor se não ceder a ela.
Vamos ser bem sinceros agora? Por quantas situações muito mais desconfortáveis você já deve que passar e se saiu bem? Essa situação é realmente tão ruim assim? Lide com o mal-estar. Você sabe fazer isso.
Lembra que o desconforto passa? A ideia é se distrair até que a sensação incomoda não esteja mais lá.
Crie a sua lista com a maior quantidade de coisas que puder. Use a criatividade, pesquise na internet, pergunte outras pessoas e vá testando o que de fato funciona para você.
E se não der conta, já sabe... Faça Terapia!
